domingo, 31 de outubro de 2010

Identificada substância que provoca sentimento de medo

Investigadores brasileiros e americanos detectaram um composto químico – feromónio - segregado por vários predadores e que, em experiências laboratoriais, causou medo em ratos. De acordo com o artigo publicado na revista Cell, no órgão vomeronasal, localizado no nariz e responsável por comportamentos sexuais ou de agressividade – há neurónios específicos capazes de detectar essas moléculas que induzem ao medo.

Esta descoberta poderá contribuir para que futuramente se perceba como as informações sensoriais são processadas no cérebro humano e se controlem problemas como fobias, stress pós-traumático, esquizofrenia, entre outros.
Ao longo dos próximos três anos, os investigadores pretendem estudar os receptores que detectam estas moléculas e de que forma esse processo se transforma em actividade eléctrica no cérebro para, depois, se gerar o sentimento de medo.

O estudo de como os estímulos recebidos nos sistemas sensoriais da visão, da audição e do olfacto são interpretados e respondidos, tanto ao nível do comportamento como da produção de hormonas, pode ajudar a tratar doenças mentais, neurodegenerativas e fobias que estão ligadas a esse mecanismo.

Os investigadores consideram que o sistema olfactivo é um excelente modelo para o estudo dessa transformação, na medida em que a ligação entre estímulo e comportamento é directa, independente do aprendizado e da memória.


O que esta investigação trouxe de novo foi a verificação da importância do órgão volmeronasal nesse processo, assim como a identificação da substância responsável pelo medo. Para isso, os investigadores modificaram geneticamente os ratos, cujo órgão volmeronasal não tinha nenhuma função. Deste modo, puderam determinar se o órgão estava ou não envolvido com respostas comportamentais.
Depois de avaliarem a resposta de medo dos ratos a odores de vários predadores como gatos ou cobras, verificaram que, ao contrário dos ratos normais, que emitiram respostas comportamentais a esses odores, os animais alterados não demonstraram medo e, pelo contrário, sentiram-se atraídos pelo odor dos predadores.
A substância responsável pelo sentimento de medo pertence ao grupo das Proteínas Maioritárias da Urina (MUP), que são segregadas na urina, na saliva, no suor e no sangue. Os investigadores formularam esta substância sinteticamente, para que não fosse contaminada e comprovaram o seu efeito.


Descobriram ainda que neurónios específicos actuavam na identificação do feromónio do medo. Para isso, utilizaram uma técnica chamada de cálcio intracelular, que faz com que, quando uma célula é activada, o cálcio penetre no seu interior e se ligue a um corante fluorescente. Observando microscopicamente, os pesquisadores identificaram as células que eram activadas.

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=42659&op=all

Dos CIENTIFICAR

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